“Como podemos nos preparar e a nossos filhos para um mundo repleto de transformações sem precedentes e de incertezas tão radicais?” Esta intrigante e desafiadora pergunta foi feita pelo historiador israelense Yuval Noah Harari no seu livro 21 Lições para o século 21, exatamente no capítulo 19: Educação – A mudança é a única constante (pg. 319).
Na opinião de Harari, “para sobreviver num mundo assim (...) terá que abrir mão daquilo que sabe melhor e sentir-se à vontade com o que não sabe” (pg. 327).
Claro que não há resposta objetiva e definitiva para esse desafio. Mas, não é de hoje que se fala em aprendizagem contínua ou, como se diz no jargão atual, lifelong learning: seguir aprendendo sempre, exercitando a curiosidade e o foco ao longo da vida.
Aprendizagem contínua – um tema há muito repisado, expressa, mais do que tudo, uma atitude diante da vida e do mundo, praticamente, uma filosofia de vida... E se não responde objetiva e definitivamente a questão de Harari, certamente, mostra um caminho consistente para encarar este “mundo repleto de transformações sem precedentes e de incertezas tão radicais”. Uma atitude urgente e necessária, nesta realidade humana que se insinua há tempos, mas que o século 21 nos estimula mais do que nunca.
Não à toa, vemos inúmeros caminhos sendo oferecidos a todos, minimamente familiarizados com a leitura (e atualmente também com a tecnologia), a fim de que sintam-se mais à vontade para “rever as estruturas profundas da sua identidade e personalidade” (pg. 326) e assumir a aprendizagem contínua como lema de vida, obtendo argumentos e um livre pensar sempre salutar para viver digna e integralmente nossa natureza humana.
Livros, artigos, informações, comentários nos mais diferentes formatos nos chegam a todo momento. Como esta crônica de Leandro Karnal: Ler e Viver, publicada no Estadão, em 15 janeiro 2020:
“Ler é atingir maioridade intelectual. Ler traz ideias, contesta versões, estimula autonomia. Ler retira da zona de conforto e provoca disrupturas existenciais. Ler é um passo na direção do infinito e um caminho sem volta na busca de si e de sentido. Se você quer total tranquilidade e senso comum dominante, evite livros, fuja de bibliotecas e afaste seu filho do livro e do perigo de pensar. Ele será um adulto opaco, cinzento, acomodado, dirá coisas comuns e terminará a vida tranquilo, gravando áudios no celular esperando seu documento ser feito. É preciso ter esperança e alguma leitura.”
E, concordando com Karnal, temos sugerido diversas leituras em nosso blog, perfis no Linkedin e Instagram.
Embora imprescindível, sabemos que a aprendizagem não se dá somente com leitura. Nem mesmo só com cursos formais e informais (também imprescindíveis). A aprendizagem contínua ocorre de diferentes formas em diferentes momentos, pois para sermos capazes de criar e cocriar no mundo atual todos nós teremos que aprender a vida inteira: aprender a aprender, desaprender, reaprender ... – uma questão de atitude diante do mundo.
Conscientes desta urgência, indicamos, a seguir, alguns recursos interessantes para estimular esta atitude:
O blog CoConqr apresenta várias possibilidades para nos tornarmos eternos aprendizes no artigo: Aprendizagem contínua: 10 maneiras para aplicá-la
Outra boa fonte é o QUORA, um aplicativo gratuito que requer cadastramento. Você escolhe temas de seu interesse e obtém informações, dicas, notícias e algumas irrelevâncias também. É bem interativo. O único problema é que as postagens não são filtradas pelo app e aparece de tudo. Mas é divertido e pode ser útil.
Tem também diversos podcasts. Um interessante é o Mamilos. Com assinatura paga, o Mamilos traz discussões diárias sobre temas em destaque na mídia, buscando fugir das polarizações tão em moda hoje em dia. Pode ser uma boa estratégia para filtrar o excesso de informações que nos são disparadas a todo momento, nos mais diversos formatos.
E então, animado(a) para estimular sua aprendizagem contínua?
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