2019 foi um ano em que muito se falou dos 50+. Foram publicados diversos artigos, sob diferentes ângulos, focando a dificuldade dos 50+ continuarem empregados ou iniciarem nova jornada quer no mundo corporativo, quer como empreendedores.
Reveja nosso blog Desafios e Possibilidades 50+
Agora, no comecinho de 2020 , o jornal Folha de S. Paulo retoma o tema em um texto assinado por Fernanda Brigatti sob o título e olho: “Reforma da Previdência cria desafio de manter emprego para os mais velhos - Idade mínima para aposentadoria obriga o trabalhador a continuar no mercado por mais tempo”, publicado em 12 de janeiro, no qual a questão da empregabilidade dos 50+ é problematizada.
Destacamos, a seguir, alguns trechos da reportagem:
” Monica Riffel, presidente da consultoria MaturiLAB, diz que as empresas ainda não estão prontas para olhar os trabalhadores com mais de 50 anos como candidatos potenciais para vagas de emprego. ´Os próprios RHs ainda precisam estudar melhor como vão fazer com que essas pessoas não percam seus empregos ou como abrir possibilidades de trazer trabalhadores maduros [para dentro da empresa]. O que a gente vê hoje é que a questão do etarismo passou a ser um pilar da diversidade, e você vê um preconceito com a idade´, afirma.”
“O trabalhador maduro tem um comportamento jovem. Não é alguém que vá se aposentar cedo, e não só pela questão da previdência e da inversão demográfica, mas porque há muito mais recursos para nos manter atualizados , produtivos e atuantes.” - Monica Riffel
“Para as pesquisadoras do Ipea Ana Amélia Camarano, Daniele Fernandes e Solange Kanso, o preconceito por parte dos empregadores e uma percepção negativa sobre a capacidade de adaptação dos trabalhadores em fase de envelhecimento às mudanças tecnológicas e organizacionais, além de expectativa de gastos maiores com afastamentos e produtividade menor, pesam nessa conta.”
“Para a psicóloga Angelina Assis, gerente de relacionamento da Soulan Recursos Humanos, haverá uma adaptação gradual do mercado, que exigirá, da parte das empresas, mais investimento em treinamento, e dos funcionários, mais disposição para aprender e se ajustar a novos processos. ‘Estamos numa pirâmide com muito mais pessoas na longevidade do que pessoas nascendo. Então é natural que vá havendo um encaixe e uma aderência dessa mão de obra para o mercado’, afirma.”
“Angelina Assis, da Soulan RH, afirma que exercer o mesmo trabalho por toda a vida laboral vai perdendo espaço. Ela diz que as gerações com 40, 50 anos hoje costumavam ficar no mesmo setor —e frequentemente no mesmo emprego— por toda a vida. ´Hoje, a gente tem uma gama de possibilidades e de atividades cada vez maior. Acho que as pessoas vão, intuitivamente, percebendo outros dons e possibilidades no trabalho´, afirma. ´Nossas gerações não foram preparadas para um plano B, mas é hora de se perguntar ‘em que eu sou boa?’”
Para avançarmos, nós da LLUM, acreditamos que não existe outro caminho a não ser a quebra de paradigmas por todos os atores envolvidos. A começar por cada um de nós: o que estamos fazendo para nos desafiarmos, iniciar novos caminhos, aprender novas competências? E as empresas, como estão se preparando para esta inversão da pirâmide?
Comments