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Inteligência Emocional volta a ser uma competência determinante. Saiba como desenvolvê-la


O termo "inteligência emocional" surgiu em 1985 e, atualmente, é uma competência bastante necessária. Foto: Tim Marshall/Unsplash

Você sabia que o conceito e essência da Inteligência Emocional (IE) sempre estiveram presentes na história da psicologia?

O psicólogo norte-americano Edward L. Thorndike, em 1920, definiu o que ele chamou de “inteligência social”. Na década de 1940, o psicólogo romeno David Wechsler demonstrou que todo teste de inteligência deveria considerar os aspectos emocionais. Já Howard Gardner, psicólogo norte-americano, lançou as bases da ideia da sétima inteligência - chamada inteligência interpessoal, muito semelhante à inteligência emocional.


Mas foi em 1985 que o termo “inteligência emocional” apareceu pela primeira vez na tese de doutorado de Wayne Payne, intitulada Um Estudo da Emoção: desenvolvendo Inteligência Emocional. Dez anos depois, em 1995, o psicólogo e jornalista norte-americano Daniel Goleman popularizou os conceitos de IE com o seu livro Emotional Intelligence, que alcançou mais de 5 milhões de cópias vendidas (no Brasil: Inteligência Emocional: a Teoria Revolucionária que Redefine o que é ser Inteligente – Editora Objetiva)


Mas afinal o que é Inteligência Emocional (IE)?

Podemos dizer que é uma forma diferente de definir o que é inteligência, que além dos aspectos cognitivos – como capacidade de solucionar problemas complexos, realizar cálculos, memória e outros -, considera os aspectos relacionais e sociais – eu comigo mesmo e eu com os outros.


A Inteligência Emocional pode ser subdivida em quatro áreas:

  • Autoconsciência : entender como eu me sinto e os efeitos dos meus sentimentos e emoções nas minhas atitudes.

  • Automotivação: capacidade de direcionar os meus recursos para cumprir um objetivo, superando as dificuldades e administrando o que pode me causar estresse.

  • Consciência social e empatia: perceber como o outro age, considerando seus sentimentos e emoções.

  • Relacionamentos interpessoais e habilidades sociais: capacidade de criar conexões abertas e positivas e alcançar o melhor resultado coletivo.


Segundo Goleman, temos que ser competentes em todas essas quatro áreas, que devem ser entendidas como um todo para que possamos ser capazes de alcançar o sucesso pessoal, utilizando as nossas competências de gestão de comportamentos e emoções, conexão com os outros, construção de relacionamento equilibrados e harmônicos. Desafios que precisam ser conquistados dia a dia.


“O segredo para alcançar um alto quociente de inteligência coletiva é a harmonia social”

Daniel Goleman



Por que se fala tanto em inteligência emocional nos dias atuais?

IE é um conceito que vem mexendo com nossas cabeças há algum tempo. Mas, por que será que este tema retornou com tanta força hoje em dia?

A mais óbvia razão está aqui: praticamente, qualquer coisa que tenha uma ação repetitiva pode ser automatizada. Já virou lugar comum afirmar que as máquinas inteligentes (IA – Inteligência Artificial) estão por toda parte, desde na mais modesta compra pela internet, nas complexas operações bancárias, nas pesquisas de opiniões e até nas definições de ações políticas.


Quer gostemos ou não desta realidade, ela nos captura e nos envolve mais do que nunca. Estarão os seres humanos condenados a serem meros fantoches nas mãos da IA? Nós acreditamos fortemente que não. Nossa humanidade – ou como se diz hoje em dia, nossas soft skills – é que tem feito o avanço dos seres humanos ao longo de nossa trajetória. Até para criar as inovações que, ao longo dos séculos têm melhorado e modificado nossas rotinas, desde que descemos das árvores e trilhamos o caminho do Homo Sapiens (a propósito, recomendamos novamente Uma breve História da Humanidade, de Yuval N. Harari - Editora L&PM) .


Sem querer retroceder muito, podemos citar alguns personagens que fizeram de sua Inteligência Emocional o motor de suas vidas e superações. E deixaram marcas indeléveis na humanidade, na história ou mesmo em sua comunidade ou família. Autoconhecimento, percepção aguda de seu tempo, curiosidade, convicção de seu propósito, capacidade de ajustar-se às demandas de seu tempo, além de uma persistência invejável para ir além dos limites que suas circunstância lhe impuseram, são algumas das “soft skills” que vemos como fundamentais para a IE, e que os personagens abaixo demonstraram, por suas obras e por suas vidas:


Leonardo da Vinci – gay, enfrentou suas dificuldades pessoais, mostrou seu talento e viveu o suficiente para deixar-nos como legado não só a Mona Lisa, mas inúmeros protótipos, escritos e pinturas que serviram de inspiração a inúmeras invenções e inovações que vemos ainda hoje. Para conhece-lo em toda sua humanidade, recomendamos o livro Leonardo da Vinci, de Walter Isaacson (Editora Intrinseca Ltda).


Michelle Obama – criada em um subúrbio pobre de Chicago, foi, como ela mesma define, “uma pessoa comum que teve uma jornada extraordinária”. Acreditou no valor da educação e do estudo, superou sua timidez e encarou o papel pioneiro de primeira-dama negra nos Estados Unidos com altivez, mas também com humildade. Ao ler Michelle Obama – Minha História (Editora Cia das Letras/Objetiva) é possível ver como a Inteligência Emocional proporcionou a ela recursos para enfrentar os desafios que nunca imaginara.


Rudi Fischer – inteligente, bem-sucedido, com uma bonita e amorosa família até o fatídico 30 de maio de 2012, quando, por um acidente fatal, morre sua filha Anna Laura, um botão de rosa desabrochando aos quase 4 anos de idade. Um luto perpétuo parecia ser o seu fim para o empresário brasileiro. No entanto, em uma jornada de muita tristeza, depressão, dúvidas, mas sobretudo de coragem, autoconhecimento, aprofundamento em suas emoções e compreensão do ser humano, conseguiu energia e foco para, em dezembro de 2015, lançar um livro corajoso e sincero sobre sua luta diante da dor. O livro Em nome de Anna (Editora Primavera) é o resultado deste seu mergulho nas emoções decorrentes desta perda. Superar as fatalidades e as suas circunstâncias é também um sinal de Inteligência Emocional.


Como podemos ver, Inteligência Emocional, assim nomeada por Daniel Goleman, sempre foi indispensável ao ser humano para sua inserção e contribuição no mundo. Hoje também, e mais do que nunca, diante de todas as disrupções que estamos vendo. A Inteligência Artificial tem assumido inúmeras tarefas antes exclusivas do ser humano e viver e integrar-se a essas circunstâncias e, além disso, contribuir produtiva e positivamente nelas, requer, como sempre, IE.

Nossa “humanidade” é que irá gerir este mundo complexo e inesperado que vivemos hoje e que se insinua no futuro. Aliás, será a IE que poderá evitar que sejamos meros fantoches da IA.


Afinal, como desenvolver a Inteligência Emocional?

Nós da LLUM podemos te ajudar. Conheça nossos programas:


Workshop Inteligência Emocional

Objetivo:

Entender e lidar com as minhas emoções e as emoções do outro, desenvolvendo a Inteligência Emocional.

Serão dois dias de trabalho em grupo (até 15 participantes) que farão muita diferença nas suas relações.

Tópicos:

  • Contexto atual: transformação digital, relacionamento e inteligência emocional (IE);

  • Conceito, origem e história;

  • Componentes da IE – Autoconsciência, Consciência Social, Autogestão e Gestão de Relacionamentos;

  • Conhecendo meu nível de maturidade emocional;

  • Desenvolvendo a IE;

  • Vivenciando na prática a IE.


Coaching Executivo - com foco no desenvolvimento da Inteligência Emocional

Consiste, aproximadamente, em dez sessões de 80 minutos cada, visando o desenvolvimento da competência Inteligência Emocional.


Estes livros também podem apoiá-lo neste aprendizado

Inteligência Emocional 2.0 Você sabe usar a sua?, de Travis Bradberry e Jean Greaves (Editora Alta Books), oferece um bom norte para começar a desenvolver sua Inteligência Emocional. Logo no início do livro, você encontra um código que dá acesso online ao Inventário de Inteligência - Emotional Intelligence Appraisal. Além disso, há muitas dicas de como desenvolver as diferentes dimensões da IE: autoconsciência, autogestão, consciência social, gestão de relacionamentos.


Em Agilidade Emocional (Editora Cultrix), Susan David também sugere um percurso para trabalhar a Inteligência Emocional. “Minha meta com este livro é ajudá-lo a se tornar mais consciente das suas emoções, a aprender a aceitá-las e a fazer as pazes com elas e, então, prosperar, aumentando sua agilidade emocional. Espero ajudá-lo a aceitar até mesmo suas emoções mais difíceis, aumentar a sua capacidade de desfrutar seus relacionamentos, alcançar suas metas e viver de forma mais plena possível”, escreveu a autora (pag. 14 -capítulo 1: Da rigidez à agilidade).

Susan propõe quatro movimentos:

- Olhar de frente;

- Afastar-se;

- Ser coerente com seus motivos;

- Seguir em frente.

Cada um destes movimentos é trabalhado por Susan em um capítulo. Ao final de cada capítulo, existem dicas para o desenvolvimento dos comportamentos propostos.


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1 commentaire


msevilhano
05 nov. 2019

Muito elucidativo, o que nos faz considerar uma excelente oportunidade de um conhecimento de nós para nós mesmo, com o desenvolvimento da Inteligência Emocional. Parabéns LLUM.

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