“Quanto mais tomamos consciência de que estamos perdidos no universo e mergulhados numa aventura desconhecida, mais temos necessidade de nos religarmos com os nossos irmãos e irmãs da humanidade” Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês
Nestes tempos de turbulência que estamos vivendo nos últimos anos, há que se redobrar os cuidados com a saúde mental. Afinal, com tantas informações desencontradas, o contínuo adiamento de vontades, sonhos, a pressão por resultados e a sobrecarga de trabalho, não tem como não gerar ansiedade, medo, tristeza e consequentemente, doenças mentais como depressão e burnout. A OMS inclusive classificou recentemente o burnout como uma doença do trabalho (CID 11). A síndrome foi oficializada como estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso entre a empresa e o colaborador.
TODA A SOCIEDADE, E O MUNDO CORPORATIVO SÃO PAUTADOS POR DESEMPENHO. A questão aqui não é discutir o foco em resultados, pois não existe empresa sem gerar resultados. A questão está em COMO são gerados estes resultados e COMO as pessoas reagem à pressão e às suas emoções.
Aí entra o papel de uma Liderança Humanizada. O Líder precisa estar próximo de seus colaboradores, conhecer cada um e criar um ambiente de segurança em que possam expressar e trabalhar suas emoções, sendo vulneráveis e honestos.
O Líder precisa colocar as pessoas no centro e ter um genuíno interesse por elas.
Baseado no artigo de Paul Axtell, listamos aqui algumas questões para o Líder trabalhar com sua equipe e gerar um ambiente de segurança:
- O que você acha que eu preciso saber do momento que está vivendo?
- Pelo que você está “lutando”? O que é importante para você hoje?
- Do que você está orgulhoso?
- Do que você tem medo?
Além disso, vale também:
- Pedir ao grupo para dedicar toda atenção a cada pessoa que fala...
- Compartilhar o que é valioso sobre a pergunta ou comentário de alguém...
- Responder a todas as perguntas com sinceridade
Outro ponto é combinar “permissão” com a equipe para perguntar e falar o que acha importante. Alguns exemplos de permissão:
- Fazer perguntas a qualquer momento
- Convidar colegas a falarem, se ainda não tiverem expressado sua opinião
- Expressar preocupações com questões que não foram totalmente abordadas
Para apresentar estes comportamentos, o Líder precisa desenvolver duas competências essenciais, a fim de permitir e estimular que as pessoas da sua equipe sejam verdadeiras e estejam “inteiras” no trabalho:
1. FRANQUEZA E CONFIANÇA: você é franco com quem você não confia? Será que se eu não for franco vou criar um ambiente de confiança e vínculos de confiança com as pessoas?
Esta reflexão nos faz pensar e entender o quanto é importante o líder criar um ambiente de confiança com sua equipe, um ambiente que gere segurança psicológica e conexão.
Para ser franco preciso permitir a mim mesmo, entender e reconhecer o que sinto. É neste momento que preciso lidar com meus medos e minha vulnerabilidade.
E a partir deste ponto decidir se falo (ou não falo a verdade) e se sou franco:
- SE SEI o que estou sentindo e NÃO FALO A VERDADE – estou omitindo
- SE SEI o que estou sentindo e NÃO FALO A VERDADE, mas FALO DIFERENTE DO QUE ESTOU SENTINDO – estou mentindo
- SE SEI o que estou sentindo e FALO A VERDADE – estou sendo franco
Somente com franqueza que você, líder, vai conseguir tanto a conexão com as pessoas quanto um ambiente que permita que as pessoas sejam elas mesmas.
2. VULNERABILIDADE:
Vulnerabilidade é a emoção que sentimos em períodos de incerteza, insegurança e exposição emocional. Envolve a coragem de agir quando não se pode controlar o resultado.
Os líderes, na visão de Brené Brown em seu livro A Coragem para Liderar “precisam dedicar uma quantidade razoável de tempo para lidar com medos e sentimentos da sua equipe, ou vão desperdiçar uma quantidade exorbitante de tempo para gerenciar comportamentos ineficientes e improdutivos (...) Além disso, “também precisam dedicar tempo para lidar com seus próprios sentimentos e com o seu passado, ou serão obrigados a gerir seus próprios comportamentos improdutivos.”
Criando um clima de confiança para as pessoas sentirem tranquilidade em se abrirem, mostrando a própria vulnerabilidade e lidando de forma respeitosa com a vulnerabilidade do outro é QUE SE CRIA UM AMBIENTE em que as pessoas se sintam seguras para trazerem suas dores e possam encontrar o melhor caminho de lidar com elas.
Já ouviu falar de nosso Workshop Liderança Humanizada? Você Líder pode se preparar para criar esse ambiente de segurança psicológica e confiança de forma a ajudar na prevenção de problemas ligados à saúde mental. Agende um bate-papo, nossos contatos estão aqui no site: https://www.llum.net.br/
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